domingo, 23 de maio de 2010

Na cafeteria




Sobre a mesa, uma pasta, uma bolsa, um guarda-chuva preto (e um céu que não queria chover), adoçante, açúcar (esqueceste de pedir o mascavo), sorrisos largos, uma bandeja "suicida", uma fatia gigantesca de torta (que tu juraste que não comerias inteira), um café com leite, um expresso duplo, pequenos goles, grandes planos.
E quatro mãos que matavam a saudade.
- Um dia, casa comigo?
- Caso.

(Natália Anson Lima)
Não sei como chorar,afinal tenho plena certeza de que essa agua jogada ao ar foi minha culpa,e assim como todos deveriam fazer (e eu faço) eu reconheço meus erros.Pude ver a agua sendo jorrada ao ar,sem nenhuma intenção,sem nenhum objetivo...Todos perderíamos,todos perdemos por alguns minutos.Joguei tão alto que pude sentir gotas de lágrimas escorrendo rosto abaixo,com o sabor salgado de sempre,porém,com uma pitada a mais de culpa,de remorso,de infelicidade pronta para desabrochar.Porque esses sentimentos são assim,como flores : Há sempre um botão,um vestígios delas,e quando você menos quer ou merece,elas aparecem,perfumando - nos com o ar de aviso que algo está por vir,enfim...Talvez estejamos todos errados,talvez temos o controle sobre esses sentimentos e quando queremos,eles aparecem.Mas,ontem eles não eram flores,eram espinhos.Desciam correndo,esmagando meu coração.A dor esteve comigo esse tempo todo.Mas com um pouco de egoísmo que tenho,deixei que a lágrima escorresse,deixando marcas na maquiagem mal feita,me senti humana.Gosto da dor.E a agua continuava ao ar,pronta para ser absorvida pela grama,quando caísse.Mas em poucos segundos pensei,racionei,impus minha razão.Já não era tarde demais.A água que esteve uma vez no céu, estava no chão,e a esperança me pintou por inteiro...Não seria mais necessário qualquer explicação,qualquer tipo de remorso.Guardei o meu botão de flor chamado "infelicidade" e dei o braço a torcer.Sequei as lágrimas,tirei a maquiagem,e dei as costas.Já me mediquei contra qualquer tipo de desperdício.
Vou Viver!

"O seu coração então encheu-se de cor...
e ela não quis mais chorar."