“Nesse ar que inspira entra-lhe pelo peitos e seus olhos já não contemplam sonhos longes.” Rubem Braga - Sobre o inferno*
Eu me espantava com a paz que sentia.Não existiam males ou maldições em cima de nós.Éramos eu e ele,como honestamente deveria ser,sem que a minha ignorância ou medo nos impedissem.Suas mãos eram grandes,via seus traços e seguia os movimentos de seu rosto,que nunca desviava-se de mim.Os aspectos mais difusos de minha mente não atrapalhavam esse momento mágico,e os impecílios se dissolveram quando o beijei.Não sentia o peso das decisões nem a pressão excessiva de sucesso.Eu era aceita,eu era bonita e amada,independentemente do meu passado. Jamais vivi esse momento se não em sonhos,e se esse fosse mais um deles,não me importaria,pois acordaria sentindo-o,como muita das vezes faço. Mas estava convicta de que não era. Tudo estava bem, tranquilo,e não era o final de algo.E não precisava me preocupar com o final,pois o próximo abraço estava por vir. Não me cansava.Foi então que ponderei meu lado ridículo e escondi a máquina de desejo de sucesso que sou.Me tornei virtuosa,sem impossibilidades,sem o auto-controle.Vivi pela emoção.Peço incessávelmente que isso se repita.E POR Não poDER explicar é que me conforto.
Sem comentários:
Enviar um comentário