terça-feira, 14 de dezembro de 2010

em três movimentos.

I

Nossos gestos eram simples e transcendentais.
Não dissemos nada
nada de mais...
Mas a tarde ficou transfigurada
- como se Deus houvesse mudado
imperceptivelmente
um invisível cenário.

II

Eu te amo tanto que
sou capaz de nos atirarmos os dois na cratera do Fuji-Yama!
Mas, aqui,
o amor é um barato romance pornô esquecido em cima da cama
depois que cada um partiu - sem saionara nem nada -
por uma porta diferente.

III

E em que mundo? Em que outro mundo vim parar,
que nada reconheço?
Agora, a tua voz nas minhas veias corre...
o teu olhar imensamente verde ilumina o meu quarto.

In: Esconderijos do tempo

-

"Porque a cidade está cega, também.
O que não é visto por ninguém
não sabe a cor e o aspecto que tem.
(...)
Porque tudo que jamais é visto
- Não existe ... "
M.Q. Esconderijos do tempo

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

...*

"Creio que a verdadeira dignidade, a que faz que um homem se estime no mais alto grau em que legitimamente pode estimar-se consiste: parte em que o homem saiba que a única coisa que verdadeiramente lhe pertence é a livre disposição de sua vontade e que só deve ser elogiado ou censurado em razão de utilizar-se bem ou mal dela; e parte no intuito de bem usá-la, isto é, de não carecer jamais de vontade para praticar e executar as coisas que julgue as melhores; ou seja, seguir perfeitamente a virtude."


Descartes*

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Like autumn leaves..*


Sempre precisei muito das pessoas. E elas, nunca me falharam. Estavam sempre ali, sorrindo ou chorando, enquanto eu estava quieta, dependente e muda. Engraçado como me faltam palavras para descrever. Comparo-me comigo mesmo tentando fazer sentido, mas realmente não faz. Será que sou eu?
Os sorrisos sempre vieram em excesso. Os abraços me cercavam o tempo todo. NUNCA necessitei de muito além de um passo para que um gesto de carinho surgisse em meio a qualquer sentimento. Hoje,não é assim. Parece exagero, mas me sinto muito sozinha. Lutando contra a minha essência, contra os meus princípios para que alguém se manifeste. Difícil. São tantos os obstáculos, tantas as correrias. Triste não ter ninguém que te ajude a segurar as pontas. Triste perceber que não entendo meus sentidos e meus sentimentos porque eu SEMPRE precisei de ajuda para entendê-los. E mesmo depois de anos, ainda preciso. Sou incapaz, sentimentalmente.Quero emancipação sentimental. Quero ser independente, e fugir da angústia de não ter com quem contar, com quem desabafar.
ME tornei introspectiva. Meus sentimentos não são expressos com a mesma facilidade. E mesmo que queria, eles não se distribuem, não se compartilham.A felicidade não dura. Os sorrisos somem. Vivo automaticamente sem que algo me comova de verdade. GELO. É isso o tempo todo. E não há quem me traga de volta,mesmo com perdões e muitos "eu preciso de você". VAZIO, onde todos os sentimentos são tão inutéis que não conseguem ter força e se definir como um somente.Ridicularizado.
Minhas escolhas parecem todas incertas. Como folhas de outono...

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Não sabemos namorar...

Agora dei para mascar chiclete com sabor melancia. Deveria esconder esse detalhe.Mórbido para quem atravessou os 36 anos.Mas vejo o quanto escondo o romantismo debaixo da mordida. Sou açucarado.Meu beijo é diabético. Logo eu que passo uma imagem seca de bolacha de sal.Vá lá, não vou sorrir para mim de noite ou pedir a benção para os apaixonados,mas não acredito nesta história de acomodação no romance.Que de uma hora para outra cansamos.Não é cansaço, não é que paramos de seduzir porque conquistamos e que não precisamos mais arrebatar com surpresas.Não é que estamos seguros e não arriscamos mais.Não é o conforto ou o domínio territorial.Senão começaremos a acreditar que existe cupido.E cupido é o mais cafona dos anjos.Quem começa uma relação com cupido termina na fossa repetindo os erros ortográficos das canções sertanejas.Confio que há gente que não saiba namorar. Não sabe namorar, e pronto.Supõe que é instintivo, natural, que é beijar, abraçar e os oceanos transportam a espuma.Que basta amar e as relações funcionam. Mas as relações queimam pelo pouco uso.A eletricidade enferruja.Há gente que jura que namorar é cumprir um expediente depois do expediente: jantar, conversar e transar.Há gente que não quer namorar,e sim uma amizade para dividir o que se é. Sem tensão. Sem cobrança. Sem nervosismo.Que tudo está definido e seguro para o final do ano,que não pode ser perdido no próximo minuto.Eu acabei de perder o próximo minuto. Namoro é ambição.É um final de semana a cada dia. É uma delicadeza insuportável,antecipar os movimentos e agradar quando não se espera.Gentileza em cima de gentileza, infindável.Um cuidado para não magoar com aviso e pergunta,com aquela educação concedida a gestantes e idosos.Namorar requer uma atenção absoluta.E não reclame: amar pode ser para toda a vida quando oferecemos toda a nossa vida.Tem que se preparar, ceder, abrir espaço, oferecer, renunciar.A inquietação nasce da paciência. A criatividade nasce de uma porta fechada.É um extremismo terrorista. Explodiremos civis.Durante algum desentendimento, mobiliza-se a genealogia da imaginação para escandalizar de novo. Carro de som, helicóptero, arranjos suicidas pela janela. Não é permitido ficar quieto, parado, para conversar a respeito. A conversa demora.No namoro, não existe como ser egoísta. Egoísmo se deixa no JK.É pensar pelo outro, com o outro, como o outro.É ter uma lista de compra de mercado na ponta da língua, junto com o chiclete de melancia: qual a pasta de dente que ela usa, o xampu, o condicionador, o azeite, o leite que toma, o suco... Desconhecer a geladeira da namorada é passagem direta para o congelador. É entrar numa livraria e pensar no livro que ela vai gostar, é entrar numa loja e pensar um vaso que combinaria com sua sala, é entrar no cemitério e sonhar com um mausoléu para a família, sim, planejar a morte junto - nada mais romântico.É entrar em si mesmo e lustrar as memórias mais distantespara parecer orfão antes de sua chegada. Agora dei para mascar a minha boca.


Fabricio Carpinejar*

Você não conhece a si mesmo, assim como eu.


Pra que nos conhecer por inteiro? Quanto mais nos conhecemos,mais nos limitamos.Quando tentamos nos focar no que somos e nos diferenciar do que fomos e das pessoas que não admiramos,perdemos nossa humanidade de nos DESCOBRIR.São idéias,claro! Mas o que seriamos de nós sem as idéias? Somos aquilo que pensamos,que idealizamos.Então,preze a idéia que somos inconstantes, mutáveis e que não nos conhecemos por inteiro.Não se defina,não se limite. VIVA! Não há vida sem erros,sem experiências.E quem passou ileso por essas experiências,perdeu uma preciosidade: A JUVENTUDE.

“Escreverei com cuidado para que esse meu instante de pura mágica não cause espanto ou seja mal entendida.”

Nesse ar que inspira entra-lhe pelo peitos e
seus olhos já não contemplam sonhos longes.”
Rubem Braga - Sobre o inferno*


Eu me espantava com a paz que sentia.Não existiam males ou maldições em cima de nós.Éramos eu e ele,como honestamente deveria ser,sem que a minha ignorância ou medo nos impedissem.Suas mãos eram grandes,via seus traços e seguia os movimentos de seu rosto,que nunca desviava-se de mim.Os aspectos mais difusos de minha mente não atrapalhavam esse momento mágico,e os impecílios se dissolveram quando o beijei.Não sentia o peso das decisões nem a pressão excessiva de sucesso.Eu era aceita,eu era bonita e amada,independentemente do meu passado. Jamais vivi esse momento se não em sonhos,e se esse fosse mais um deles,não me importaria,pois acordaria sentindo-o,como muita das vezes faço. Mas estava convicta de que não era. Tudo estava bem, tranquilo,e não era o final de algo.E não precisava me preocupar com o final,pois o próximo abraço estava por vir. Não me cansava.Foi então que ponderei meu lado ridículo e escondi a máquina de desejo de sucesso que sou.Me tornei virtuosa,sem impossibilidades,sem o auto-controle.Vivi pela emoção.Peço incessávelmente que isso se repita.E POR Não poDER explicar é que me conforto.


nando. sz


Te amar não é fácil, é quase o anti-amor.
É muito quase, como se você nem existisse, porque só o homem perfeito mereceria tanto sentimento.
E eu te anulo o tempo todo dizendo para mim, repetindo para mim,
o quanto você falha, o quanto você fraqueja, o quanto você se engana.
E fazendo isso, eu só consigo te amar mais ainda.

"Nós corremos sob fumaça. Sua vida e a minha,como as areias do tempo deslizando completamente.
E nosso amor é a única verdade,e é por isso que eu corro para você. ♥ "

O que eu faria com R$ 85 milhões da Mega Sena




Sempre que entregamos o cartão da Mega Sena, erramos a pergunta. Não deveria ser o que faria com a bolada, mas quem deixaria de ser. Porque não seria mais ninguém. Nada como uma fortuna para aniquilar uma personalidade. O pobre ainda recebe contas, o milionário nem isso. Não teria mais possibilidade de ser santo, um santo depende do sacrifício, um afortunado é apenas filantropo. Não exerceria mais a generosidade, a bondade surgiria como obrigação. Ou dá ou é avarento. Não seria mais pai, mas Papai Noel, materializando com um clique dos dedos qualquer sonho de consumo das crianças. Apagaria a chance de chegar em casa com um chocolate escondido entre os pães, a mortadela e o queijo e ser festejado pelos filhos. Não poderia reclamar que quase bati o carro ou ser consolado pela mulher diante do medo da demissão. Abandonaria o ofício, a graduação, assumiria a condição vitalícia de empresário. Não teria mais amigos, mas empregados. Não teria mais esposa, mas uma sócia. Não poderia puxar conversa, puxaria o talão. Não conheceria mesmo a cor do dinheiro, nunca estaria comigo. Passaria a desconfiar da mãe, do cachorro, numa paranóia constante, certo de que desejam se aproveitar de mim. Perderia o controle da situação. Ao organizar uma pelada, acabaria em campeonato. Ao fazer um churrasco, desbancaria em orgia. Quando destratado por um garçom, compraria o restaurante. Não lutaria por nada, mandaria. Se eu ganhasse R$ 85 milhões, simplesmente não existiria.

Apesar de tudo, não custa tentar. Preenchi meu bilhete.

Fabricio Carpinejar.






A cada dia,
a certeza de que nunca
mais vou errar,
vou fazer tudo
direitinho, como mandam
os manuais.
A cada recomeço,
os mesmo erros.
Mas que graça
a vida teria sem eles?

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Seja assim...

Pode invadir ou chegar com delicadeza, mas não tão devagar que me faça dormir. Não grite comigo, tenho o péssimo hábito de revidar. Acordo pela manhã com ótimo humor mas ... permita que eu escove os dentes primeiro. Toque muito em mim, principalmente nos cabelos e minta sobre minha nocauteante beleza. Tenho vida própria, me faça sentir saudades, conte algumas coisas que me façam rir, mas não conte piadas e nem seja preconceituoso, não perca tempo, cultivando este tipo de herança de seus pais. Viaje antes de me conhecer, sofra antes de mim para reconhecer-me um porto, um albergue da juventude. Eu saio em conta, você não gastará muito comigo. Acredite nas verdades que digo e também nas mentiras, elas serão raras e sempre por uma boa causa. Respeite meu choro, me deixe sózinha, só volte quando eu chamar e, não me obedeça sempre que eu também gosto de ser contrariada. ( Então fique comigo quando eu chorar, combinado?). Seja mais forte que eu e menos altruísta! Não se vista tão bem... gosto de camisa para fora da calça, gosto de braços, gosto de pernas e muito de pescoço. Reverenciarei tudo em você que estiver a meu gosto: boca, cabelos, os pelos do peito e um joelho esfolado, você tem que se esfolar as vezes, mesmo na sua idade. Leia, escolha seus próprios livros, releia-os. Odeie a vida doméstica e os agitos noturnos. Seja um pouco caseiro e um pouco da vida, não de boate que isto é coisa de gente triste. Não seja escravo da televisão, nem xiita contra. Nem escravo meu, nem filho meu, nem meu pai. Escolha um papel para você que ainda não tenha sido preenchido e o invente muitas vezes.

Me enlouqueça uma vez por mês mas, me faça uma louca boa, uma louca que ache graça em tudo que rime com louca: loba, boba, rouca, boca ... Goste de música e de sexo. goste de um esporte não muito banal. Não invente de querer muitos filhos, me carregar pra a missa, apresentar sua familia... isso a gente vê depois ... se calhar ... Deixa eu dirigir o seu carro, que você adora. Quero ver você nervoso, inquieto, olhe para outras mulheres, tenha amigos e digam muitas bobagens juntos. Não me conte seus segredos ... me faça massagem nas costas. Não fume, beba, chore, eleja algumas contravenções. Me rapte! (...)

Martha Medeiros*

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Mãe, a carne é fraca.


A desculpa é esfarrapada mas é legítima. Nada é mais vulnerável que nosso desejo. Na luta entre o cérebro e a pele, nunca dá empate. A pele sempre ganha de W.O.

Você planeja terminar um relacionamento. Chegou à conclusão que não quer mais ter a seu lado uma pessoa distante, que não leva nada à sério, que vive contando piadinhas preconceituosas e que não parece estar muito apaixonado. Por que levar a história adiante? Melhor terminar tudo hoje mesmo. Marca um encontro. Ele chega no horário, você também. Começam a conversar. Você engata o assunto. Para sua surpresa, ele ficou triste. Não quer se separar de você. E para provar, segura seu rosto com as duas mãos e tasca-lhe um beijo. Danou-se.

Onde foram parar as teorias, os diálogos que você planejou, a decisão que parecia irrevogável? Tomaram Doril. Você agora está sob os efeitos do cheiro dele, está rendida ao gosto dele, está ligada a ele pela derme e epiderme. A gravação do seu celular informa: seus neurônios estão fora da área de cobertura ou desligados.

Isso nunca aconteceu com você? Reluto entre dar-lhe os parabéns ou os pêsames. Por um lado, é ótimo ter controle absoluto de todas as suas ações e reações, ter força suficiente para resistir ao próprio desejo. Por outro lado, como é bom dar folga ao nosso raciocínio e deixar-se seduzir, sem ficar calculando perdas e danos, apenas dando-se ao luxo de viver o seu dia de Pigmaleão.

A carne é fraca, mas você tem que ser forte, é o que recomendam todos. Tente, ao menos de vez em quando, ser sexualmente vegetariano e não ceder às tentações. Se conseguir, bravo: terá as rédeas de seu destino na mão. Mas se não der certo, console-se. Criaturas que derretem-se, entregam-se, consomem-se e não sabem negar-se costumam trazer um sorriso enigmático nos lábios. Alguma recompensa há de ter.

Martha Medeiros* (ÓTIMA)

terça-feira, 20 de julho de 2010

-

Joaquim:

O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.

O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.

O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.

O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.

Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.

O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.

O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.

O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.

O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.

O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.

O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.


Os Três Mal-Amados

João Cabral de Melo Neto

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Protestos Virtuais

Não é do meu feitio divulgar ações como esta no blog porém me interessei por essa.Como está enfatizado na mídia,o vazamento de petróleo no GOLFO DO MÉXICO tem causado grandes repercussões no mundo,atingiu até a internet com protestos virtuais.Para quem não sabe,ao menos 5.000 barris de petróleo já vazaram no golfo mexicano.Apesar das queimas controladas que já foram iniciadas,ainda existe a possibilidade da mancha de petróleo alcançar a costa da Louisiana.A plataforma Deepwater era operada pela BP,e a decisão de queima controlada atingiu alguns pântanos próximos a costa,onde habitavam diversas espécies. Baseados nessas informações,protestos virtuais acontecem e explodem na internet.Dentre eles está a iniciativa da ONG Cleaner Future (http://weneed.acleanerfuture.org/), que simula virtualmente o derramamento de óleo nos sites indicados. Muito bom,né?

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Amor...


Apenas uma simples reação química.
Você pode discordar.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

viver é saber dar importância às coisas





Como é grandioso poder se olhar no espelho e dizer: não, eu não sou qualquer um. Eu sou meus sonhos, minhas tristezas, minhas conquistas e meus gestos. Sou aquilo que fiz, faço e que nem imagino que farei um dia. Sou tudo isso e mais um pouco. Sou eu mesmo, e tudo bem. A melhor vitória é a que ganhamos lutando contra nós mesmos.

demore o quanto quiser. E permita que eu faça o mesmo

sexta-feira, 25 de junho de 2010

domingo, 13 de junho de 2010



Faz de mim um pássaro sem ilusão.Aperta-me o corpo , sem que me causes mais dor , porque este explendor veio da ultrapassagem do amor. Não sei qual o sentido de não te ter.

sábado, 12 de junho de 2010






Saudades

Vaidades

Verdades

Coragem

Miragens

E a imagem no espelho

Como a dor

Que fere o peito
Isso vai passar

Também
E todo o medo, o desespero

E a alegriaE a tempestade, a falsidade

A calmariaE os teus espinhos

E o frio que eu sinto
Isso vai passar

Também

domingo, 23 de maio de 2010

Na cafeteria




Sobre a mesa, uma pasta, uma bolsa, um guarda-chuva preto (e um céu que não queria chover), adoçante, açúcar (esqueceste de pedir o mascavo), sorrisos largos, uma bandeja "suicida", uma fatia gigantesca de torta (que tu juraste que não comerias inteira), um café com leite, um expresso duplo, pequenos goles, grandes planos.
E quatro mãos que matavam a saudade.
- Um dia, casa comigo?
- Caso.

(Natália Anson Lima)
Não sei como chorar,afinal tenho plena certeza de que essa agua jogada ao ar foi minha culpa,e assim como todos deveriam fazer (e eu faço) eu reconheço meus erros.Pude ver a agua sendo jorrada ao ar,sem nenhuma intenção,sem nenhum objetivo...Todos perderíamos,todos perdemos por alguns minutos.Joguei tão alto que pude sentir gotas de lágrimas escorrendo rosto abaixo,com o sabor salgado de sempre,porém,com uma pitada a mais de culpa,de remorso,de infelicidade pronta para desabrochar.Porque esses sentimentos são assim,como flores : Há sempre um botão,um vestígios delas,e quando você menos quer ou merece,elas aparecem,perfumando - nos com o ar de aviso que algo está por vir,enfim...Talvez estejamos todos errados,talvez temos o controle sobre esses sentimentos e quando queremos,eles aparecem.Mas,ontem eles não eram flores,eram espinhos.Desciam correndo,esmagando meu coração.A dor esteve comigo esse tempo todo.Mas com um pouco de egoísmo que tenho,deixei que a lágrima escorresse,deixando marcas na maquiagem mal feita,me senti humana.Gosto da dor.E a agua continuava ao ar,pronta para ser absorvida pela grama,quando caísse.Mas em poucos segundos pensei,racionei,impus minha razão.Já não era tarde demais.A água que esteve uma vez no céu, estava no chão,e a esperança me pintou por inteiro...Não seria mais necessário qualquer explicação,qualquer tipo de remorso.Guardei o meu botão de flor chamado "infelicidade" e dei o braço a torcer.Sequei as lágrimas,tirei a maquiagem,e dei as costas.Já me mediquei contra qualquer tipo de desperdício.
Vou Viver!

"O seu coração então encheu-se de cor...
e ela não quis mais chorar."

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Acordo de manhã.



A boca já não tem mais o gosto de tutti-frutti. Acordei com o pescoço dolorido, dormi de mal jeito. O meu travesseiro fino se amassa na cabeceira, o de apoio dorme acidentalmente no chão.Os olhos não brilham tanto assim no espelho. O frio na barriga vira uma saudade.Roupas por guardar,uma mistura de perfumes em cada uma delas.O relógio apita novamente, redundante.Já estou de pé. Dormi? Apertei o off, que horas são?. Aonde vou hoje? como se não soubesse.Farei o quê?. Almoçarei correndo? Fome? Leite, café, pão? sem nada, puro, molhado na caneca vermelha? A cama continua desforrada."SUA MALUCA,quer ouvir música a essa hora da manhã? Preciso de melodia. Preciso de poesia. Pego as chaves. Saio.

* Em paz eu digo que eu sou
O antigo do que vai adiante
Sem mais eu fico onde estou
Prefiro continuar distante... *

por você.





Eu ultrapassei todas os limites e quebrei todas as regras
mas amor,eu fiz isso por você.
Porque mesmo quando eu estava em pedaços,
você me fez valer milhões.
sim,você me fez sentir assim
e eu fiz tudo isso por você.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

dessa escolha eu não me arrependo.


Aqui farei teu reinado,ficarei sempre ao teu lado.
<3

quarta-feira, 7 de abril de 2010

nós de novo,amor



Contra todas as certezas vim
Enfrentando a correnteza
Vem
Seja como for
Nem me lembro de tristeza em mim
Não há como essa beleza encontrar um fim
Nosso jogo outra vez
Novo dia,
Nossa vez
eu te amo,yeah s22

domingo, 4 de abril de 2010

-



Muita loucura ao meu redor.Tanta coisa acontecendo,assim fica difícil de respirar.Toda minha fé já se foi.Quem fechou o mundo pra mim? Não estou sóbria.Eu fugi de mim,e me procuro no que vejo,nas coisas que eu culpo.nas festas que perco e nos trabalhos que faço.Meu coração está fraco,mas minha mente está forte.Me ensinaram a falar sobre meus sentimentos,mas eu subitamente esqueci.Ninguém entende.Estou longe de onde quero chegar,não lembro onde estou ou onde eu costumava ficar.Não me sinto a vontade em casa.Há muita coisa que preciso aprender.Estou cheia de complexos.Me esqueci das palavras que me ensinaram a pronunciar.Já não sinto o mundo.Já não sinto efetividade.Orgulho,intolerância e impaciência tomaram conta de mim..Já não me reconheço.Já nem me olho no espelho.Já não existem reflexos,não existem exemplos.Somente minha presença pode apagar minha própria conseqüência. Me fechei e não me abro mais,pra ninguém nem por ninguém.Acho que gosto de ser assim.Melindre?


-

quinta-feira, 25 de março de 2010

comodismo.


A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e não ver vista que não sejam as janelas ao redor. E porque não tem vista logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma e não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, se esquece do sol, se esquece do ar, esquece da amplidão.

A gente se acostuma a acordar sobressaltado porque está na hora. A tomar café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder tempo. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E não aceitando as negociações de paz, aceitar ler todo dia de guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: “hoje não posso ir”. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisa tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que se deseja e necessita. E a lutar para ganhar com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar nas ruas e ver cartazes. A abrir as revistas e ler artigos. A ligar a televisão e assistir comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição, às salas fechadas de ar condicionado e ao cheiro de cigarros. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam à luz natural. Às bactérias de água potável. À contaminação da água do mar. À morte lenta dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinhos, a não ter galo de madrugada, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta por perto.

A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta lá.
Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente só molha os pés e sua o resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem muito sono atrasado.

A gente se acostuma a não falar na aspereza para preservar a pele. Se acostuma para evitar sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito.

A gente se acostuma para poupar a vida.

Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma.




(Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia).

terça-feira, 16 de março de 2010

long day.

Runnin' down my batt - er- ies
Layin' me out to rest
Knowin' when that is
Five hours
I wake up and de-stress
And I'm diggin' myself into a hole
And these days I just work
I will when I have so much sun
And lately I've forgotten who I am
Late - ely my energy's just drained away
And now..my mind..is workin' overtime
It's been a loooong day
Such a long day, and while all my contempt
For every…(all my friends say)
I should take in college now
My education is dragging,
My guitar to London town
And the thing that wakes me
when I could sleep instead
Is the thought that to deny?
That I could fall back into bed
And lately, I 've forgotten who I am
Late - ely, my energy's just drained away
And now…my mind….is workin' overtime
It's been a long day
Recently my head
It ain't recharged as such
And sleep can only cure, yeah
A restless mind so much
Lately I've forgotten who I am
Sleep too late
My energy's just drained away
And now my mind is workin' overtime
It's been a long day

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Hipnotizada.




Caio ao som do meu coração batendo conforme sua batida.
Melancólico e fresco,do tipo doce amargo.
Amor no repete.
Eu estou ecoando todas as minhas filosofias.*

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Inscrição para uma lareira




'A vida é um incêndio: nela
dançamos,salamandras mágicas.
Que importar restarem cinzas
se a chama foi bela e alta?
Em meio aos toros que desabam,
cantemos a canção das chamas

Cantemos a canção da vida,
na própria luz consumida...'

Mário Quintana.

Caminhos de Carla - Neir Ilelis*


"Com a cabeça recolhida na mochila ouvia passos.Eram os demônios que povoavam minha cabeça.Para fugir deles,pensei em pessoas bonitas,músicas alegres,sorrisos falsos de gente triste que caminhava pela Rua do Meio.Então fiquei pensando na minha primeira visão da cidade cercada por água.Mas isso não durou muito.Fui vencida.Logo os diabinhos ,três ao todo,tomaram conta dos meus sonhos.Eles me pegavam,judiavam de mim.E eu queria acordar e não podia.Queria correr,estava presa em cordas.Eles,todos de negro,rostos cobertos,riam de mim..."

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

2010 e um bom começo. ;D




Medos e inseguranças parecem estar de férias por uns tempos,nada está sendo tão bom quanto essa primeira quinzena do ano.Parece tudo certo,tudo no lugar,nada desorganizado ou fora dos planos,embora eu esteja provando da minha impulsividade e confesso,ela funciona muito melhor do que aquele meu lado pensativo, questionador e inseguro.Provei do melhor e mais gostoso impulso dos meus dezesseis anos,e não me trouxe nenhuma péssima conseqüência,apesar de saber que esse impulso poderia ir muito além. Provei e estou provando de um delicioso sentimento,tentador,provocante,novo e bem calmo,e pretendo mantê-lo por muitos anos.E descobri o quanto cresço,a cada dia que passa.Consigo enfrentar meus problemas de uma forma mais pacífica comigo mesma,não volto atrás nas minhas decisões e não penso o quanto poderia ser bom ou ruim a outra solução,o outro caminho.Consigo ver por vários ângulos algo que me aborreceu por alguns minutos,aprendi o quanto é solucionador o ato de conversar,trocar idéia.E o principal de tudo isso,o quanto é bom se sentir segura.Sem indecisões ou queima de neurônios em demasia.Curto o momento,vejo as coisas acontecerem de primeira,sem ter que errar para aprender.Isso é bem legal,reconhecer seu crescimento,mesmo que seja pessoal.Aliás,principalmente se for o crescimento pessoal.Esse é o melhor e mais interessante dos crescimentos .Não que o meu pessoal esteja cem por cento,mas é bom saber que o crescimento é lento,mas que você não está parado.Essa vai ser minha promessa para 2010,além de me permitir sentir,vou procurar CRESCER.That's what life and love is all about.

:)